Num show, Toquinho(eterno parceirinhozinho) contou este fato, ocorrido com ele e Vinicius:
Em passagem por Paris,Vinicius propôs a Toquinho uma visita a Pablo Neruda,exilado político que era e residindo na Cidade Luz, para mostrar a música feita por eles, que se iniciava com o verso "ai dias que no se lo que me pasa,eu abro o meu Neruda e apago o sol"
Após longo papo,Vinicius pediu permissão ao Neruda para cantar "cotidiano nº2", a tal da musica.Ao término, Vinicius perguntou a Neruda se ele havia se importado de ter uma frase de uma de suas poesias colocada em música.
Neruda pensou, pensou, chamou sua esposa que estava em outro ambiente da casa e disse a tal frase a ela.Em seguida perguntou em que poema esta frase estava inserida.A sua esposa, que sabia de cór e salteado cada palavra escrita por ele , disse que aquela frase não era dele,Neruda.
Vinicius de imediato começou a pedir milhões de desculpas pelo engano, ao que Neruda respondeu.
"Vinicius, eu é que tenho que me desculpar com você por nunca ter escrito uma frase tão linda".
PAPO DE POETAS..a nós, meros mortais,resta o deleite da leitura.
abraços
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
Vinicius de Moraes e Neruda - papo de poetas
- Dair Helaehil
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Vinicius de Moraes e Neruda - papo de poetas
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Pois é, Nelsão... mas como diz a musica: ...que seja infinito enquanto dure.NELSON MACIEL escreveu:Ah o Vinícius ... Que baita poeta ... ...
Depois que ele se foi, nossa língua ficou tão vazia ...
Parabens pela mensagem!
http://www.jampafishing.com/
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado, a humanidade vai entender que
dinheiro não se come!"
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado, a humanidade vai entender que
dinheiro não se come!"
Será que nesse papo de grandes poetas cabe uma poesia desse pescador que lhes fala? É uma poesia que escrevi esses dias:
A Noite
Eu amo a noite taciturna e queda,
Quando no vasto céu sussurra a brisa
E a lua está a derramar beleza.
Eu amo a noite qual Gonçalves Dias!
Mais bela a noite entre a natureza,
Longe das luzes da cidade, eu
Milhões de sóis vejo com mais clareza,
Mais perto sinto-me da mão de Deus.
Bem mais feliz eu vejo a noite muda,
Sem sons de carros. Luzes? Só luar!
A natureza toda nos saúda:
Os animais da noite a cantar!
Eu amo a noite solitária e fria,
Quando a vagar por entre a natureza
Mais forte sinto o poder da vida,
De Deus eu sinto toda a grandeza!
Eu amo a noite com a lua cheia,
Quando meu peito bem mais forte bate!
A mente em febre, o coração pranteia
Uma donzela que não o maltrate!
É bela a noite com seu negro manto,
Quando no céu suas estrelas brilham,
São tantas luzes, todas têm encanto!
As emoções no coração fervilham.
Eu amo a noite à beira de um rio.
Os sons, a mata, a água, tudo encanta!
A mata escura com seu tom sombrio,
Quem não conhece de o ouvir se espanta!
Eu amo a noite no alvor da aurora,
Quando os pássaros nos ninhos cantam
E agradecem, pois chegou a hora
De ver o sol! Dos ninhos se levantam.
Mas quando eu volto pra cidade então,
Meu peito chora, ele é só saudade,
Trago a ferida no meu coração.
Oh Deus! É dura essa realidade!
E na cidade a noite não é bela,
Não mais desperta o brilho no olhar.
Essa cidade vista da janela
Com suas luzes tudo a ofuscar.
Suas estrelas não têm mais o brilho.
Eu vejo – a noite não é mais a mesma.
Do alto da montanha de concreto,
Eu vejo em vez de árvores antenas!
27 de julho de 2008
Abraços!
A Noite
Eu amo a noite taciturna e queda,
Quando no vasto céu sussurra a brisa
E a lua está a derramar beleza.
Eu amo a noite qual Gonçalves Dias!
Mais bela a noite entre a natureza,
Longe das luzes da cidade, eu
Milhões de sóis vejo com mais clareza,
Mais perto sinto-me da mão de Deus.
Bem mais feliz eu vejo a noite muda,
Sem sons de carros. Luzes? Só luar!
A natureza toda nos saúda:
Os animais da noite a cantar!
Eu amo a noite solitária e fria,
Quando a vagar por entre a natureza
Mais forte sinto o poder da vida,
De Deus eu sinto toda a grandeza!
Eu amo a noite com a lua cheia,
Quando meu peito bem mais forte bate!
A mente em febre, o coração pranteia
Uma donzela que não o maltrate!
É bela a noite com seu negro manto,
Quando no céu suas estrelas brilham,
São tantas luzes, todas têm encanto!
As emoções no coração fervilham.
Eu amo a noite à beira de um rio.
Os sons, a mata, a água, tudo encanta!
A mata escura com seu tom sombrio,
Quem não conhece de o ouvir se espanta!
Eu amo a noite no alvor da aurora,
Quando os pássaros nos ninhos cantam
E agradecem, pois chegou a hora
De ver o sol! Dos ninhos se levantam.
Mas quando eu volto pra cidade então,
Meu peito chora, ele é só saudade,
Trago a ferida no meu coração.
Oh Deus! É dura essa realidade!
E na cidade a noite não é bela,
Não mais desperta o brilho no olhar.
Essa cidade vista da janela
Com suas luzes tudo a ofuscar.
Suas estrelas não têm mais o brilho.
Eu vejo – a noite não é mais a mesma.
Do alto da montanha de concreto,
Eu vejo em vez de árvores antenas!
27 de julho de 2008
Abraços!
Aluizio Tomazelli Júnior
- VANESSA CAPELASSO
- ANZOL DE BRONZE
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- Registrado em: Seg Jun 16, 2008 11:42 am
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Soneto do Amor Total (Vinícius de Morais)
Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.