Sim é isto. É mais simples do que parece.
- Mario Eiras Filho
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Sim é isto. É mais simples do que parece.
Foi uma viagem de trabalho que fiz aos EUA em visita a uma grande Cia Americana.
Gusman era o vendedor da área que nos atendia.
Como a compra era grande, e já estávamos na terceira viagem da série de visitas, fomos convidados para um Barbecue em sua residência. Trato feito, ele nos apanhou no hotel e lá fomos para sua casa.
Conversa vai, conversa vem, tipicamente, conhecemos seus filhos, sua esposa e a série de porta retratos sobre o piano da sala que por regra americana, as visitas tem que conhecer.
- Isto é quando casei, este aqui é a Lana com 25 anos, bonita né. Este aqui é meu saudoso pai.
- Pera ai, seu pai era um flyfisher.
- Meu pai, meu avo, meu irmão, eu..
- Então vc pesca ?
- Pesco, naquele rio, sabe quando cruzamos a ponte, aquele ali.
- E onde mais ?
- Só ali, e alguns outros pequeninos na região, já tem mais de 27 anos que pesco por aqui.
Muito bem a noite seguiu na conversa sobre pescaria. Por fim então:
- Vamos la na garagem.
Como toda garagem típica de americanos, aquilo era um deposito de tralha das mais variadas, já não cabia mais o carro que dormia na rua em frente. Mas ali num cantinho, uma velha escrivaninha, aquela com gavetinhas miúdas e uma morcinha renzetti em cima, um tubo de vara apoiado ao lado.
- Olha esta aqui é minha vara.
- Vc só tem esta ?
- Só, porque ?
- Tenho a do meu pai, sabe, não tenho mais coragem de usa-la, esta la dentro da casa, depois mostro. Afinal Vc só consegue segurar uma de cada vez. E riu.
- Não deixa para la, posso ver ?
- Pode, off course.
Não era nada demais, uma Fenwick # 5 HMG bem surradinha, típica vara truteira do americano médio. Então a caixa de mosca, pequena, algumas Dries 16 e 14 Parachute, Pheasant Tails, 14 e 12, Brassies e algumas muito similares a Ninfas estilo Checo, nada mais.
Carretilha douradinha que não soube identificar a marca, linha DT F, dois saquinhos de líder cônico e um carretel de tipet, tudo isto retirado de um colete Orvis também muito surrado.
Pendurado no canto num cabide do tipo mancebo, um wader de vinil muito remendado a silver tape e um par de botas de vadeio, que pareciam novinhas, sobre o mancebo um boné gasto do SOX.
A mesa de atado seguia a mesma frugalidade, morsa renzetti pequena, uma caixinha de guardar remédios com anzóis e uma única gavetinha com material de atado. Posso lembrar de penas de faisão, pavão, marabou preto, chenile preto, um dispenser de dubbing um patch grizle e um preto e um rolinho de fio fino de cobre, nada mais.
- Vc só usa isto. Com tantos lugares de truta aqui nos EUA Vc nunca viaja para pescar ?
- You Know, Disse Ele – Eu tenho amigos que vão a muitos lugares. Na verdade eles preferem pescar 10 dias por ano com guias e pegar muitos peixes. Eu por outro lado, penso diferente, se eu não pescar uma vez por semana eu fico infeliz. Na verdade eu penso que eles mais falam de pescaria do que pescam. Ademais, conheço estes rios daqui como a palma da minha mão, são quase 27 anos, desde menino, sei o que acontece em todas as estações, sei o que elas estão comendo e como. E fico perto da minha família que é o que mais importa, nas férias, prefiro propiciar um bom passeio para eles. Gosto de chegar em casa e ouvir da Lana a pergunta, e ai pegou alguma coisa ? Ademais eu penso que um bom pescador que não sabe porque pescou o peixe, não pescou, pescar em outro lugar, somente com guias, aqui não tem ninguém me dizendo o que fazer. Sou mais feliz aqui nos nossos rios, mesmo com baixa probalidade de muitas capturas e trutas grandes, durante o verão, primavera e outono, eu estou lá nas tardes da sábado, eu e alguns velhos companheiros, e se elas não estiverem mordendo, go to Hell, vamos tomar algumas cervejas no Bust e assistir ao Baseball pela TV do Bar, afinal é só um bando de animaisinhos com um cérebro do tamanho de uma ervilha.
A vara do pai, não vi, voltamos a nos entreter com o churrasco e descrições da vida no Brasil. Nunca mais o encontrei pessoalmente, as vezes mando fotos minhas de pescaria para ele via Email ele, continua pescando todas as tardes de sábado.
Gusman me fez entender algumas coisas.
Gusman era o vendedor da área que nos atendia.
Como a compra era grande, e já estávamos na terceira viagem da série de visitas, fomos convidados para um Barbecue em sua residência. Trato feito, ele nos apanhou no hotel e lá fomos para sua casa.
Conversa vai, conversa vem, tipicamente, conhecemos seus filhos, sua esposa e a série de porta retratos sobre o piano da sala que por regra americana, as visitas tem que conhecer.
- Isto é quando casei, este aqui é a Lana com 25 anos, bonita né. Este aqui é meu saudoso pai.
- Pera ai, seu pai era um flyfisher.
- Meu pai, meu avo, meu irmão, eu..
- Então vc pesca ?
- Pesco, naquele rio, sabe quando cruzamos a ponte, aquele ali.
- E onde mais ?
- Só ali, e alguns outros pequeninos na região, já tem mais de 27 anos que pesco por aqui.
Muito bem a noite seguiu na conversa sobre pescaria. Por fim então:
- Vamos la na garagem.
Como toda garagem típica de americanos, aquilo era um deposito de tralha das mais variadas, já não cabia mais o carro que dormia na rua em frente. Mas ali num cantinho, uma velha escrivaninha, aquela com gavetinhas miúdas e uma morcinha renzetti em cima, um tubo de vara apoiado ao lado.
- Olha esta aqui é minha vara.
- Vc só tem esta ?
- Só, porque ?
- Tenho a do meu pai, sabe, não tenho mais coragem de usa-la, esta la dentro da casa, depois mostro. Afinal Vc só consegue segurar uma de cada vez. E riu.
- Não deixa para la, posso ver ?
- Pode, off course.
Não era nada demais, uma Fenwick # 5 HMG bem surradinha, típica vara truteira do americano médio. Então a caixa de mosca, pequena, algumas Dries 16 e 14 Parachute, Pheasant Tails, 14 e 12, Brassies e algumas muito similares a Ninfas estilo Checo, nada mais.
Carretilha douradinha que não soube identificar a marca, linha DT F, dois saquinhos de líder cônico e um carretel de tipet, tudo isto retirado de um colete Orvis também muito surrado.
Pendurado no canto num cabide do tipo mancebo, um wader de vinil muito remendado a silver tape e um par de botas de vadeio, que pareciam novinhas, sobre o mancebo um boné gasto do SOX.
A mesa de atado seguia a mesma frugalidade, morsa renzetti pequena, uma caixinha de guardar remédios com anzóis e uma única gavetinha com material de atado. Posso lembrar de penas de faisão, pavão, marabou preto, chenile preto, um dispenser de dubbing um patch grizle e um preto e um rolinho de fio fino de cobre, nada mais.
- Vc só usa isto. Com tantos lugares de truta aqui nos EUA Vc nunca viaja para pescar ?
- You Know, Disse Ele – Eu tenho amigos que vão a muitos lugares. Na verdade eles preferem pescar 10 dias por ano com guias e pegar muitos peixes. Eu por outro lado, penso diferente, se eu não pescar uma vez por semana eu fico infeliz. Na verdade eu penso que eles mais falam de pescaria do que pescam. Ademais, conheço estes rios daqui como a palma da minha mão, são quase 27 anos, desde menino, sei o que acontece em todas as estações, sei o que elas estão comendo e como. E fico perto da minha família que é o que mais importa, nas férias, prefiro propiciar um bom passeio para eles. Gosto de chegar em casa e ouvir da Lana a pergunta, e ai pegou alguma coisa ? Ademais eu penso que um bom pescador que não sabe porque pescou o peixe, não pescou, pescar em outro lugar, somente com guias, aqui não tem ninguém me dizendo o que fazer. Sou mais feliz aqui nos nossos rios, mesmo com baixa probalidade de muitas capturas e trutas grandes, durante o verão, primavera e outono, eu estou lá nas tardes da sábado, eu e alguns velhos companheiros, e se elas não estiverem mordendo, go to Hell, vamos tomar algumas cervejas no Bust e assistir ao Baseball pela TV do Bar, afinal é só um bando de animaisinhos com um cérebro do tamanho de uma ervilha.
A vara do pai, não vi, voltamos a nos entreter com o churrasco e descrições da vida no Brasil. Nunca mais o encontrei pessoalmente, as vezes mando fotos minhas de pescaria para ele via Email ele, continua pescando todas as tardes de sábado.
Gusman me fez entender algumas coisas.
Mario (Gardé)
Democracia no terceiro mundo se resume a um bando de idiotas que pensa poder governar melhor do que um ditador cretino e corrupto. O problema é que quando o povo toma o palácio não sabe como dar a descarga.
Democracia no terceiro mundo se resume a um bando de idiotas que pensa poder governar melhor do que um ditador cretino e corrupto. O problema é que quando o povo toma o palácio não sabe como dar a descarga.
- Odimir Manoel Gaspar
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É meus amigos...
A pesca com mosca é muito mais que pegar peixes...
É UMA FILOSOFIA DE VIDA!!!
Ou como diria o grande Mell krieger, Fly Fishing é Poesia!!!
A nossa vida é um segmento de reta, e bem curta... o que difere uns dos outros é o que fazemos neste curto tempo...
Eu acho que todos vão concordar comigo, Pesca com Mosca é uma bela forma de conduzir nossos dias, de aproveitar momentos, pessoas, lugares!!!
Como eu vi em um comercial de fly canadense...
I'm don't fish to live,
I'm live to fish!!!
very simple! that's it!
A pesca com mosca é muito mais que pegar peixes...
É UMA FILOSOFIA DE VIDA!!!
Ou como diria o grande Mell krieger, Fly Fishing é Poesia!!!
A nossa vida é um segmento de reta, e bem curta... o que difere uns dos outros é o que fazemos neste curto tempo...
Eu acho que todos vão concordar comigo, Pesca com Mosca é uma bela forma de conduzir nossos dias, de aproveitar momentos, pessoas, lugares!!!
Como eu vi em um comercial de fly canadense...
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- NELSON MACIEL
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Belo texto, Garde.
Faz a gente pensar quantas vezes confundimos frugalidade com frivolidade. A felicidade, muitas vezes, está nas coisas simples...
Pensar simples, agir simples e viver simples. É realmente complicado! (rs)
Esses dias estava relendo o excelente mangá (revista em quadrinho japonesa) Kozure Ookami (O Lobo Solitário). Em uma das histórias, um ronin (samurai errante sem mestre) argumenta com outro:
"- Por que levar uma vida assim?
Não importe quanta riqueza acumule, quantas terras conquiste, quantos exércitos derrote.
O final será o mesmo para todos nós.
Quando dormimos, ocupamos apenas um tatami (colchão duro de palha de arroz).
Quando comemos, não conseguimos ingerir mais que duas tigelas de arroz.
Dificilmente viveremos mais que 40 anos, com sorte talvez cheguemos aos 50 (considerando a idade média na época do Japão feudal).
A vida de um homem é um mero sonho de um sonho aos olhos de Deus...."
Um grande abraço
Beto Akamine
Faz a gente pensar quantas vezes confundimos frugalidade com frivolidade. A felicidade, muitas vezes, está nas coisas simples...
Pensar simples, agir simples e viver simples. É realmente complicado! (rs)
Esses dias estava relendo o excelente mangá (revista em quadrinho japonesa) Kozure Ookami (O Lobo Solitário). Em uma das histórias, um ronin (samurai errante sem mestre) argumenta com outro:
"- Por que levar uma vida assim?
Não importe quanta riqueza acumule, quantas terras conquiste, quantos exércitos derrote.
O final será o mesmo para todos nós.
Quando dormimos, ocupamos apenas um tatami (colchão duro de palha de arroz).
Quando comemos, não conseguimos ingerir mais que duas tigelas de arroz.
Dificilmente viveremos mais que 40 anos, com sorte talvez cheguemos aos 50 (considerando a idade média na época do Japão feudal).
A vida de um homem é um mero sonho de um sonho aos olhos de Deus...."
Um grande abraço
Beto Akamine
"Rezar como se tudo dependesse de Deus e agir como se tudo dependesse de nós"
(São Inácio de Loyola)
Caterva Jurássica - velhos pescadores velhos
(São Inácio de Loyola)
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Belissimo texto... vi que a familia presa mto pela pesca de fly... meus parabens pela perseverança!
Abração e belo texto!
Abração e belo texto!
http://www.jampafishing.com/
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado, a humanidade vai entender que
dinheiro não se come!"
"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado,
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- Cleiton Gomes
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Fera o Texto...
Em minha área existe uma técnica que fala sobre deixar tudo dessa forma.
A técnica é chamada de kiss = Keep it simple stupid.
Ou seja, mantenha isso simples... quanto mais simples, mais valor se dá pelas coisas.
Fantástico mesmo... curti
Em minha área existe uma técnica que fala sobre deixar tudo dessa forma.
A técnica é chamada de kiss = Keep it simple stupid.
Ou seja, mantenha isso simples... quanto mais simples, mais valor se dá pelas coisas.
Fantástico mesmo... curti
x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
Ainda tô vivo... Eu acho.
Ainda tô vivo... Eu acho.
- ALEX-Aldefly
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Grande Gardé.
Sempre ficamos chocados quando nos deparamos com culturas mais antigas que a nossa. Lembro quando vim pra Europa e tive meus primeiros contatos com mosqueiros mais vividos e com a tradição da pesca inserida na familia. Eles falavam sobre valores muito diferentes dos que eu trazia comigo, pois como maioria dos iniciantes no atual mundo em que vivemos, aprendemos antes de mais nada a sentir necessidade de consumir. - preciso da melhor vara, do maior peixe no meu avatar e das melhores e mais complicadas moscas na minha caixa... e nas conversas entre amigos, ficamos futilmente discutindo a potencia das varas, a ação, o preço dos acessórios, o destino de nossa última pescaria e nos esquecemos do principal. Nos esquecemos de que o fly não é um esporte e sim uma filosofia. A filosofia da simplicidade, a filosofia de ser parte do meio e não algo acima dele.
Lembro uma vez do que meu amigo e mestre César Marques, me disse em uma tarde que decidimos ficar em casa e colhermos alguma penas de alguns galos e um pouco de CDC de alguns patos cinzentos para atarmos quironómidos...
- Nós nunca seremos mais importantes que qualquer outra forma de vida, por menor que seja pois todos nós somos feitos da mema coisa e dividimos o mesmo mundo.
Aquela foi minha primeira seção de arranque de penas e eu nunca tinha tido um galo entre minhas mãos para colher hackles e estava com um pouco de "nojo" e me sentindo pouco a vontade com a situação... Afinal, até aquele momento, eu achava que um bom hackle deveria chegar em minha casa pelo correio, estar em um saquinho e possuir uma grande, vistosa e cara marca com letras douradas estampada no cabeçalho.
As ironias que o destino nos impõe... hoje ajudo-o a criar e manter alguns galos pardos e índios leoneses, alguns patos e caço minhas próprias lebres ao lado de um pescador que me ensinou que nem sempre a melhor embalagem guarda o melhor produto e que nem sempre a melhor pescaría é aquela em que vamos ao rio.
Seu texto me fez sentir saudade de meu primeiro "susto" com a modalidade, o susto que levei quando descobri que a pesca com mosca tem muito mais a nos ensinar do que poderemos aprender em uma vida inteira.
Obrigado.
Gorben.
Sempre ficamos chocados quando nos deparamos com culturas mais antigas que a nossa. Lembro quando vim pra Europa e tive meus primeiros contatos com mosqueiros mais vividos e com a tradição da pesca inserida na familia. Eles falavam sobre valores muito diferentes dos que eu trazia comigo, pois como maioria dos iniciantes no atual mundo em que vivemos, aprendemos antes de mais nada a sentir necessidade de consumir. - preciso da melhor vara, do maior peixe no meu avatar e das melhores e mais complicadas moscas na minha caixa... e nas conversas entre amigos, ficamos futilmente discutindo a potencia das varas, a ação, o preço dos acessórios, o destino de nossa última pescaria e nos esquecemos do principal. Nos esquecemos de que o fly não é um esporte e sim uma filosofia. A filosofia da simplicidade, a filosofia de ser parte do meio e não algo acima dele.
Lembro uma vez do que meu amigo e mestre César Marques, me disse em uma tarde que decidimos ficar em casa e colhermos alguma penas de alguns galos e um pouco de CDC de alguns patos cinzentos para atarmos quironómidos...
- Nós nunca seremos mais importantes que qualquer outra forma de vida, por menor que seja pois todos nós somos feitos da mema coisa e dividimos o mesmo mundo.
Aquela foi minha primeira seção de arranque de penas e eu nunca tinha tido um galo entre minhas mãos para colher hackles e estava com um pouco de "nojo" e me sentindo pouco a vontade com a situação... Afinal, até aquele momento, eu achava que um bom hackle deveria chegar em minha casa pelo correio, estar em um saquinho e possuir uma grande, vistosa e cara marca com letras douradas estampada no cabeçalho.
As ironias que o destino nos impõe... hoje ajudo-o a criar e manter alguns galos pardos e índios leoneses, alguns patos e caço minhas próprias lebres ao lado de um pescador que me ensinou que nem sempre a melhor embalagem guarda o melhor produto e que nem sempre a melhor pescaría é aquela em que vamos ao rio.
Seu texto me fez sentir saudade de meu primeiro "susto" com a modalidade, o susto que levei quando descobri que a pesca com mosca tem muito mais a nos ensinar do que poderemos aprender em uma vida inteira.
Obrigado.
Gorben.
Aquele que quer encontra um caminho. O que não quer, encontra uma desculpa.
Rubens Gorben - pescadô de prantão.
http://www.neopurist.blogspot.com/
http://www.plumapunk.blogspot.com/
Rubens Gorben - pescadô de prantão.
http://www.neopurist.blogspot.com/
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- Herbert Ida
- ANZOL DE ALUMÍNIO
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- Registrado em: Sáb Jan 10, 2009 10:30 pm
- Cidade:
Que lindo texto!!!
Lendo esse texto me fez ficar imaginando uma grande estoria produzida pela industria do cinema americano!
Com seus redatores,equipe tecnica completa, coisa que faz a gente pensar!
POXA QUE ESTRUTURA FANTASTICA!!!QUE ROTEIRO!!!
Até lagrimas consegue tirar de alguns espectadores!!!!
Mas na maioria das vezes sao obras ficticias!!!
Porém voce participou de uma história,que qualquer diretor HOLLYWOODIANO, nw narrou ainda!
Voce dirigiu, atuou, foi roteirista, ator coadjuvante que concorreria ao OSCAR!!!(rsrsrs)
Ah !!!!E tbm ganharia o OSCAR de melhor filme!!!Pode perguntar pros amigos do fly!!!
PARABÉNS
Lendo esse texto me fez ficar imaginando uma grande estoria produzida pela industria do cinema americano!
Com seus redatores,equipe tecnica completa, coisa que faz a gente pensar!
POXA QUE ESTRUTURA FANTASTICA!!!QUE ROTEIRO!!!
Até lagrimas consegue tirar de alguns espectadores!!!!
Mas na maioria das vezes sao obras ficticias!!!
Porém voce participou de uma história,que qualquer diretor HOLLYWOODIANO, nw narrou ainda!
Voce dirigiu, atuou, foi roteirista, ator coadjuvante que concorreria ao OSCAR!!!(rsrsrs)
Ah !!!!E tbm ganharia o OSCAR de melhor filme!!!Pode perguntar pros amigos do fly!!!
PARABÉNS
IDA´S JAPÃO
- João Nicácio
- ANZOL DE OURO
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- Registrado em: Seg Dez 03, 2007 11:22 am
- Cidade:
Mario, esse pescador sabia o que é a verdadeira essência da pesca com mosca.
Isto é pesca com mosca - não vou ao extremo de chamá-la de filosofia (ou de religião, como dizem alguns), mas que é uma maneira diferente de ver a pesca, é mesmo!
Infelizmente, depois de aposentado (por invreça que parível) não tenho mais conseguido sair longe para pescar. Sinto falta disso; mas para compensar, tenho um tanque em casa onde crio tilápias, apaiaris, curimbas e carás.
E adaptei uma varinha para linha #1 (fiz a partir de uma vara de fibra bem levinha de 1,56 m), com a qual posso lançar minhas formigas, besouros e moscas (imitação da mosca mesmo, a house fly) e vê-los vindo por baixo da mosca e sugando-a de uma só vez.
Nada se compara. Elimina o estresse. Recompõe as energias.
E nos faz lembrar sempre que nessa disputa somos os dois vencedores: eu porque capturei um peixe utilizando uma mosca; e ele, porque mesmo capturado não foi morto, foi devolvido à liberdade.
Bem, até que sou chamado de "babaca", de "doido" - e outros epítetos do mesmo jaez - mas num tô nem aí!
Meu saudoso pai, o querido João Nicácio, na prática sempre me mostrou a superar as adversidades, em longas manhãs à beira de igarapés, pescando para ter o que comer na mesa, nos confins do Acre. A não esgotgar os recursos, mesmo tendo que por proteínas à mesa dos filhos. A soltar os pequenos e só levar acima de detgerminado tamanho. Pasmem, nos idos dos anos 60, até a amassar a farpa de um anzol - alegando razões de segurança, e ensinando como não bambear a linha pro peixe não se soltar.
Hoje, estou aposentado com meu soldinho de 2º tenente. Como digo pros meus amigos: se fosse sair prá farra, não daria nem uma noite - mas como não sou de farra, não queimo dinheiro, a única mulher que conheço (no sentido bíblico) nesses 20 anos é a minha, e ajudo meu próximo, Deus tem me abençoado, de modo que não preciso de matar o peixe prá comer. Quando quero comer peixe, vou ao Supermercado e compro tambaqui já limpo e partido a 6,90 reais o quilo, pois temos uma criação muito grande de peixes de valor comercial aqui no Acre - até pirarucus de mais de 2 metros, criados inteiramente em cativeiro, podem ser comprados aqui!
Claro que não sou de ferro. Uma vez ou outra, perdida na memória, eu asso um peixinho no moquém, na beira da água. Mas prá compensar, sempre que posso solto peixinhos na natureza.
Gostei do post. Já tinha lido antes, mas não me animava a comentar (hoje a inspiração bateu...).
Muito obrigado por tão belo texto. Cara, você parece com o Rubens Gorben quando escreve... talvez seja a mesma paixão pela pesca com mosca que libere as palavras e concatene as idéias.
Parabéns, Gardé.
Isto é pesca com mosca - não vou ao extremo de chamá-la de filosofia (ou de religião, como dizem alguns), mas que é uma maneira diferente de ver a pesca, é mesmo!
Infelizmente, depois de aposentado (por invreça que parível) não tenho mais conseguido sair longe para pescar. Sinto falta disso; mas para compensar, tenho um tanque em casa onde crio tilápias, apaiaris, curimbas e carás.
E adaptei uma varinha para linha #1 (fiz a partir de uma vara de fibra bem levinha de 1,56 m), com a qual posso lançar minhas formigas, besouros e moscas (imitação da mosca mesmo, a house fly) e vê-los vindo por baixo da mosca e sugando-a de uma só vez.
Nada se compara. Elimina o estresse. Recompõe as energias.
E nos faz lembrar sempre que nessa disputa somos os dois vencedores: eu porque capturei um peixe utilizando uma mosca; e ele, porque mesmo capturado não foi morto, foi devolvido à liberdade.
Bem, até que sou chamado de "babaca", de "doido" - e outros epítetos do mesmo jaez - mas num tô nem aí!
Meu saudoso pai, o querido João Nicácio, na prática sempre me mostrou a superar as adversidades, em longas manhãs à beira de igarapés, pescando para ter o que comer na mesa, nos confins do Acre. A não esgotgar os recursos, mesmo tendo que por proteínas à mesa dos filhos. A soltar os pequenos e só levar acima de detgerminado tamanho. Pasmem, nos idos dos anos 60, até a amassar a farpa de um anzol - alegando razões de segurança, e ensinando como não bambear a linha pro peixe não se soltar.
Hoje, estou aposentado com meu soldinho de 2º tenente. Como digo pros meus amigos: se fosse sair prá farra, não daria nem uma noite - mas como não sou de farra, não queimo dinheiro, a única mulher que conheço (no sentido bíblico) nesses 20 anos é a minha, e ajudo meu próximo, Deus tem me abençoado, de modo que não preciso de matar o peixe prá comer. Quando quero comer peixe, vou ao Supermercado e compro tambaqui já limpo e partido a 6,90 reais o quilo, pois temos uma criação muito grande de peixes de valor comercial aqui no Acre - até pirarucus de mais de 2 metros, criados inteiramente em cativeiro, podem ser comprados aqui!
Claro que não sou de ferro. Uma vez ou outra, perdida na memória, eu asso um peixinho no moquém, na beira da água. Mas prá compensar, sempre que posso solto peixinhos na natureza.
Gostei do post. Já tinha lido antes, mas não me animava a comentar (hoje a inspiração bateu...).
Muito obrigado por tão belo texto. Cara, você parece com o Rubens Gorben quando escreve... talvez seja a mesma paixão pela pesca com mosca que libere as palavras e concatene as idéias.
Parabéns, Gardé.
"Tafasta merubá lô tafasta"
(Se apertar demais, vaza entre os dedos)
Talmud
"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam."
(Se apertar demais, vaza entre os dedos)
Talmud
"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam."
- Zé Bernardes
- ANZOL DE PRATA
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- Cidade:
Fly...
Como o amigo João Inácio, já tinha lido este post antes... hoje me animei tb a falar sobre.
Entendo que este amigo americano tenha apenas uma vara de pesca, que para o local onde pesca lhe atenda muito bem e isso é ótimo. Eu tenho pescado lambarís no Guaíba, e só... no momento é o que estou podendo ir pescar, e tenho utilizado só minha vara #4, gostaria de ter uma #2, é verdade. Traria mais emoção, pois tem alguns realmente muito pequenos. Minha vara #8, usei muito pouco na minha vida, até tê-la extraviado, mas teve utilidade numa pescaria de bass onde ventava muito e era impossível pescar com material menor. Enfim...
Acho que o principal é não se furtar a oportunidade de pescar, de ter este prazer. Se puderes ter mais variações de material, ótimo! Das melhores marcas, magnífico! Trutas no Alaska, bone fish nas bahamas, maravilhoso! Mas o mais importante não é isso. Nem o material de atado, nem a morsa importada, etc... se pesca e se pesca muito bem com material simples. E isso é o que realmente conta. pelo menos pra mim.
Abraço.
Entendo que este amigo americano tenha apenas uma vara de pesca, que para o local onde pesca lhe atenda muito bem e isso é ótimo. Eu tenho pescado lambarís no Guaíba, e só... no momento é o que estou podendo ir pescar, e tenho utilizado só minha vara #4, gostaria de ter uma #2, é verdade. Traria mais emoção, pois tem alguns realmente muito pequenos. Minha vara #8, usei muito pouco na minha vida, até tê-la extraviado, mas teve utilidade numa pescaria de bass onde ventava muito e era impossível pescar com material menor. Enfim...
Acho que o principal é não se furtar a oportunidade de pescar, de ter este prazer. Se puderes ter mais variações de material, ótimo! Das melhores marcas, magnífico! Trutas no Alaska, bone fish nas bahamas, maravilhoso! Mas o mais importante não é isso. Nem o material de atado, nem a morsa importada, etc... se pesca e se pesca muito bem com material simples. E isso é o que realmente conta. pelo menos pra mim.
Abraço.
- João Nicácio
- ANZOL DE OURO
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- Registrado em: Seg Dez 03, 2007 11:22 am
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Akamine-san, também és fan do Lobo Solitário??Beto Akamine escreveu: Esses dias estava relendo o excelente mangá (revista em quadrinho japonesa) Kozure Ookami (O Lobo Solitário). Em uma das histórias, um ronin (samurai errante sem mestre) argumenta com outro:
"- Por que levar uma vida assim?
Não importe quanta riqueza acumule, quantas terras conquiste, quantos exércitos derrote.
O final será o mesmo para todos nós.
Quando dormimos, ocupamos apenas um tatami (colchão duro de palha de arroz).
Quando comemos, não conseguimos ingerir mais que duas tigelas de arroz.
Dificilmente viveremos mais que 40 anos, com sorte talvez cheguemos aos 50 (considerando a idade média na época do Japão feudal).
A vida de um homem é um mero sonho de um sonho aos olhos de Deus...."
Um grande abraço
Beto Akamine
Realmente, um grande mangá, cheio de mensagens e que mostra fielmente o Japão da época feudal.
O ruim é depois que estou em Rio Branco não consigo mais encontrá-los (perdi os meus em uma mudança). É menos difícil encontrá-los em Sampa?
Abs
João
"Tafasta merubá lô tafasta"
(Se apertar demais, vaza entre os dedos)
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"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam."
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Grande João
Eu também tive bastante dificuldade de encontrar os exemplares em minha cidade, de modo que adquiri quase todos via internet. Entrei no site da editora (Panini) para ver se ainda haviam exemplares disponíveis, mas não encontrei. Se quiser tentar mandar uma mensagem para eles:
h[url]ttp://www.paninicomics.com.br/CollanaNews.jsp[/url]
Pela primeira vez a saga do Assassino do Carrinho de Bebê foi totalmente editada no Brasil. Na década de 80 algumas editoras tentaram, mas só lançaram alguns números. A Panini conseguiu editar os 28 exemplares com mais de 300 páginas cada um, completando toda a série.
Chequei aqui na coleção e o último exemplar (número 28) foi publicado em abril de 2007. Talvez pelo fato de já haver se passado dois anos, a edição tenha esgotado. Vamos torcer para que reeditem e você possa adquirir essa coleção, pois vale muito a pena mesmo! É uma verdadeira aula de cultura japonesa medieval.
Caso o amigo não encontre e queira muito mesmo, posso tentar providenciar uma cópia e enviar-lhe, mas.. acho que só de cópias xerográficas e o frete até o AC, vai ficar inviável. Mas me avise!
PS: tem alguma coisa no mercado livre e em lojas virtuais, como o Submarino:
http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao ... _edc=20009
http://www.submarino.com.br/produto/1/2 ... anq=147678
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB- ... panini-_JM
Grande abraço
Beto Akamine
Eu também tive bastante dificuldade de encontrar os exemplares em minha cidade, de modo que adquiri quase todos via internet. Entrei no site da editora (Panini) para ver se ainda haviam exemplares disponíveis, mas não encontrei. Se quiser tentar mandar uma mensagem para eles:
h[url]ttp://www.paninicomics.com.br/CollanaNews.jsp[/url]
Pela primeira vez a saga do Assassino do Carrinho de Bebê foi totalmente editada no Brasil. Na década de 80 algumas editoras tentaram, mas só lançaram alguns números. A Panini conseguiu editar os 28 exemplares com mais de 300 páginas cada um, completando toda a série.
Chequei aqui na coleção e o último exemplar (número 28) foi publicado em abril de 2007. Talvez pelo fato de já haver se passado dois anos, a edição tenha esgotado. Vamos torcer para que reeditem e você possa adquirir essa coleção, pois vale muito a pena mesmo! É uma verdadeira aula de cultura japonesa medieval.
Caso o amigo não encontre e queira muito mesmo, posso tentar providenciar uma cópia e enviar-lhe, mas.. acho que só de cópias xerográficas e o frete até o AC, vai ficar inviável. Mas me avise!
PS: tem alguma coisa no mercado livre e em lojas virtuais, como o Submarino:
http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao ... _edc=20009
http://www.submarino.com.br/produto/1/2 ... anq=147678
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João Nicácio escreveu:Akamine-san, também és fan do Lobo Solitário??Beto Akamine escreveu: Esses dias estava relendo o excelente mangá (revista em quadrinho japonesa) Kozure Ookami (O Lobo Solitário). Em uma das histórias, um ronin (samurai errante sem mestre) argumenta com outro:
"- Por que levar uma vida assim?
Não importe quanta riqueza acumule, quantas terras conquiste, quantos exércitos derrote.
O final será o mesmo para todos nós.
Quando dormimos, ocupamos apenas um tatami (colchão duro de palha de arroz).
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"Rezar como se tudo dependesse de Deus e agir como se tudo dependesse de nós"
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Valeu mesmo!
Aprendi a valorizar a amar a cultura japonesa primeiro ao ler O Lobo Solitário ; depois, ao ver a série "Xogun" (aliás, tenho o livro, em dois tomos).
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Omedetou, Nicacio-san, erai naaa... rs (parabéns, sr. Nicácio, muito esforçado.. rs)João Nicácio escreveu:Valeu mesmo!
Aprendi a valorizar a amar a cultura japonesa primeiro ao ler O Lobo Solitário ; depois, ao ver a série "Xogun" (aliás, tenho o livro, em dois tomos).
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Se aprecia a cultura japonesa, recomendaria também a leitura do livro Musashi, do autor Eiji Yoshikawa. É a história do mais famoso samurai do Japão, Miyamoto Musashi.
Grande abraço
Beto Akamine
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Re: Fly...
Por favor Sr. João Nicácio, perdão, o analfa aqui leu mal e transcreveu seu nome errado. Desculpas!Zé Bernardes escreveu:Como o amigo João Inácio, já tinha lido este post antes... hoje me animei tb a falar sobre.
Entendo que este amigo americano tenha apenas uma vara de pesca, que para o local onde pesca lhe atenda muito bem e isso é ótimo. Eu tenho pescado lambarís no Guaíba, e só... no momento é o que estou podendo ir pescar, e tenho utilizado só minha vara #4, gostaria de ter uma #2, é verdade. Traria mais emoção, pois tem alguns realmente muito pequenos. Minha vara #8, usei muito pouco na minha vida, até tê-la extraviado, mas teve utilidade numa pescaria de bass onde ventava muito e era impossível pescar com material menor. Enfim...
Acho que o principal é não se furtar a oportunidade de pescar, de ter este prazer. Se puderes ter mais variações de material, ótimo! Das melhores marcas, magnífico! Trutas no Alaska, bone fish nas bahamas, maravilhoso! Mas o mais importante não é isso. Nem o material de atado, nem a morsa importada, etc... se pesca e se pesca muito bem com material simples. E isso é o que realmente conta. pelo menos pra mim.
Abraço.
Abraço!
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Primeiramente quero parabenizar o Mario pelo texto, só agora o li. Sensacional.Beto Akamine escreveu:Omedetou, Nicacio-san, erai naaa... rs (parabéns, sr. Nicácio, muito esforçado.. rs)João Nicácio escreveu:Valeu mesmo!
Aprendi a valorizar a amar a cultura japonesa primeiro ao ler O Lobo Solitário ; depois, ao ver a série "Xogun" (aliás, tenho o livro, em dois tomos).
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Se aprecia a cultura japonesa, recomendaria também a leitura do livro Musashi, do autor Eiji Yoshikawa. É a história do mais famoso samurai do Japão, Miyamoto Musashi.
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Beto Akamine
Beto e João,
Vocês já ssistiram o filme Kagemusha, do Akira Kurosawa?
Muito bom, uma aula sobre Japão Feudal também.
Eu já li o Shogun e o Musashi 2 vezes cada 1, ótimos livros.
Abração a todos!
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Parabéns ao Mário pelo tópico, o texto nos faz lembrar da humildade e principalmente do maior bem que temos na nossa vida, a nossa família!
Na nossa vida terrena tudo passa devemos ser humildes e sempre fazer o bem mesmo que não haja reconhecimento,... ....,são atos simples,
mas no mundo consumista e de aparência em que vivemos hoje se torna muito difícil agir para o bem, e muitas vezes nos deixamos levar.
Parabéns também a todos os comentários, e estes em especial, se me permitirem, faço das palavras desses comentários as minhas palavras!
Textos e comentários como esses nos fazem meio que "acordar".
Na nossa vida terrena tudo passa devemos ser humildes e sempre fazer o bem mesmo que não haja reconhecimento,... ....,são atos simples,
mas no mundo consumista e de aparência em que vivemos hoje se torna muito difícil agir para o bem, e muitas vezes nos deixamos levar.
Parabéns também a todos os comentários, e estes em especial, se me permitirem, faço das palavras desses comentários as minhas palavras!
Textos e comentários como esses nos fazem meio que "acordar".
Beto Akamine escreveu:Belo texto, Garde.
Faz a gente pensar quantas vezes confundimos frugalidade com frivolidade. A felicidade, muitas vezes, está nas coisas simples...
Pensar simples, agir simples e viver simples. É realmente complicado! (rs)
Esses dias estava relendo o excelente mangá (revista em quadrinho japonesa) Kozure Ookami (O Lobo Solitário). Em uma das histórias, um ronin (samurai errante sem mestre) argumenta com outro:
"- Por que levar uma vida assim?
Não importe quanta riqueza acumule, quantas terras conquiste, quantos exércitos derrote.
O final será o mesmo para todos nós.
Quando dormimos, ocupamos apenas um tatami (colchão duro de palha de arroz).
Quando comemos, não conseguimos ingerir mais que duas tigelas de arroz.
Dificilmente viveremos mais que 40 anos, com sorte talvez cheguemos aos 50 (considerando a idade média na época do Japão feudal).
A vida de um homem é um mero sonho de um sonho aos olhos de Deus...."
Um grande abraço
Beto Akamine
Rubens Gorben escreveu:Grande Gardé.
Sempre ficamos chocados quando nos deparamos com culturas mais antigas que a nossa. Lembro quando vim pra Europa e tive meus primeiros contatos com mosqueiros mais vividos e com a tradição da pesca inserida na familia. Eles falavam sobre valores muito diferentes dos que eu trazia comigo, pois como maioria dos iniciantes no atual mundo em que vivemos, aprendemos antes de mais nada a sentir necessidade de consumir. - preciso da melhor vara, do maior peixe no meu avatar e das melhores e mais complicadas moscas na minha caixa... e nas conversas entre amigos, ficamos futilmente discutindo a potencia das varas, a ação, o preço dos acessórios, o destino de nossa última pescaria e nos esquecemos do principal. Nos esquecemos de que o fly não é um esporte e sim uma filosofia. A filosofia da simplicidade, a filosofia de ser parte do meio e não algo acima dele.
Lembro uma vez do que meu amigo e mestre César Marques, me disse em uma tarde que decidimos ficar em casa e colhermos alguma penas de alguns galos e um pouco de CDC de alguns patos cinzentos para atarmos quironómidos...
- Nós nunca seremos mais importantes que qualquer outra forma de vida, por menor que seja pois todos nós somos feitos da mema coisa e dividimos o mesmo mundo.
Aquela foi minha primeira seção de arranque de penas e eu nunca tinha tido um galo entre minhas mãos para colher hackles e estava com um pouco de "nojo" e me sentindo pouco a vontade com a situação... Afinal, até aquele momento, eu achava que um bom hackle deveria chegar em minha casa pelo correio, estar em um saquinho e possuir uma grande, vistosa e cara marca com letras douradas estampada no cabeçalho.
As ironias que o destino nos impõe... hoje ajudo-o a criar e manter alguns galos pardos e índios leoneses, alguns patos e caço minhas próprias lebres ao lado de um pescador que me ensinou que nem sempre a melhor embalagem guarda o melhor produto e que nem sempre a melhor pescaría é aquela em que vamos ao rio.
Seu texto me fez sentir saudade de meu primeiro "susto" com a modalidade, o susto que levei quando descobri que a pesca com mosca tem muito mais a nos ensinar do que poderemos aprender em uma vida inteira.
Obrigado.
Gorben.
João Nicácio escreveu:Mario, esse pescador sabia o que é a verdadeira essência da pesca com mosca.
Isto é pesca com mosca - não vou ao extremo de chamá-la de filosofia (ou de religião, como dizem alguns), mas que é uma maneira diferente de ver a pesca, é mesmo!
Infelizmente, depois de aposentado (por invreça que parível) não tenho mais conseguido sair longe para pescar. Sinto falta disso; mas para compensar, tenho um tanque em casa onde crio tilápias, apaiaris, curimbas e carás.
E adaptei uma varinha para linha #1 (fiz a partir de uma vara de fibra bem levinha de 1,56 m), com a qual posso lançar minhas formigas, besouros e moscas (imitação da mosca mesmo, a house fly) e vê-los vindo por baixo da mosca e sugando-a de uma só vez.
Nada se compara. Elimina o estresse. Recompõe as energias.
E nos faz lembrar sempre que nessa disputa somos os dois vencedores: eu porque capturei um peixe utilizando uma mosca; e ele, porque mesmo capturado não foi morto, foi devolvido à liberdade.
Bem, até que sou chamado de "babaca", de "doido" - e outros epítetos do mesmo jaez - mas num tô nem aí!
Meu saudoso pai, o querido João Nicácio, na prática sempre me mostrou a superar as adversidades, em longas manhãs à beira de igarapés, pescando para ter o que comer na mesa, nos confins do Acre. A não esgotgar os recursos, mesmo tendo que por proteínas à mesa dos filhos. A soltar os pequenos e só levar acima de detgerminado tamanho. Pasmem, nos idos dos anos 60, até a amassar a farpa de um anzol - alegando razões de segurança, e ensinando como não bambear a linha pro peixe não se soltar.
Hoje, estou aposentado com meu soldinho de 2º tenente. Como digo pros meus amigos: se fosse sair prá farra, não daria nem uma noite - mas como não sou de farra, não queimo dinheiro, a única mulher que conheço (no sentido bíblico) nesses 20 anos é a minha, e ajudo meu próximo, Deus tem me abençoado, de modo que não preciso de matar o peixe prá comer. Quando quero comer peixe, vou ao Supermercado e compro tambaqui já limpo e partido a 6,90 reais o quilo, pois temos uma criação muito grande de peixes de valor comercial aqui no Acre - até pirarucus de mais de 2 metros, criados inteiramente em cativeiro, podem ser comprados aqui!
Claro que não sou de ferro. Uma vez ou outra, perdida na memória, eu asso um peixinho no moquém, na beira da água. Mas prá compensar, sempre que posso solto peixinhos na natureza.
Gostei do post. Já tinha lido antes, mas não me animava a comentar (hoje a inspiração bateu...).
Muito obrigado por tão belo texto. Cara, você parece com o Rubens Gorben quando escreve... talvez seja a mesma paixão pela pesca com mosca que libere as palavras e concatene as idéias.
Parabéns, Gardé.
Parabéns e um forte abraço a todos!Zé Bernardes escreveu:Como o amigo João Inácio, já tinha lido este post antes... hoje me animei tb a falar sobre.
Entendo que este amigo americano tenha apenas uma vara de pesca, que para o local onde pesca lhe atenda muito bem e isso é ótimo. Eu tenho pescado lambarís no Guaíba, e só... no momento é o que estou podendo ir pescar, e tenho utilizado só minha vara #4, gostaria de ter uma #2, é verdade. Traria mais emoção, pois tem alguns realmente muito pequenos. Minha vara #8, usei muito pouco na minha vida, até tê-la extraviado, mas teve utilidade numa pescaria de bass onde ventava muito e era impossível pescar com material menor. Enfim...
Acho que o principal é não se furtar a oportunidade de pescar, de ter este prazer. Se puderes ter mais variações de material, ótimo! Das melhores marcas, magnífico! Trutas no Alaska, bone fish nas bahamas, maravilhoso! Mas o mais importante não é isso. Nem o material de atado, nem a morsa importada, etc... se pesca e se pesca muito bem com material simples. E isso é o que realmente conta. pelo menos pra mim.
Abraço.
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Lindo texto!!
Mais vale um mau dia de pesca que um bom dia de Trabalho!!!
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uma salva de palmas...pelo texto e por compartilhar tudo isto,e é muito mesmo...muita gente precisa entender isto na pesca,vide uma turma que pescava bass em SP,um pessoal de nariz empinado,e para tais,só a vara top top made in Japão servia,a linha tinah de ser 4,5 libras e por ai vai...agora o que restou?? 2 represas vazias e uma agonizando...e em alguams casas tralhas e mais tralhas sem ter peixe pra pescar...