Eu destaquei aqui, em um novo tópico, pois acabei me alongando e achei melhor postar mais em evidência porque em minhas elucubrações, como escrevi abaixo, há algumas observações que julgo serem pertinentes, e que podem ser aproveitadas por quem gosta da arte ...
Peço desculpas se o texto acabou ficando longo.
Caro Paulo,Paulo Grassmann escreveu:Minhas singelas contribuições....
Muitas vezes, na análise de uma fotografia há ponderações extrínsecas que muitas vezes, aos olhos do leigo, pode ir contra tudo aquilo que o analista já falou em ocasiões anteriores. Ou então, estamos meio desintonizados com a arte que o momento requer. Por isso, muitas vezes, a minha negativa em julgar, analisar e comentar uma fotografia quando coloco os olhos na imagem pela primeira vez.
Nas poucas vezes que o faço, é porque realmente estou zen ...rs...
Ao olhar a fotografia pela primeira vez, eu poderei dizer se gostei ou não da imagem. Se ela me agradou ou não ... Nada mais que isso. Pura questão de gosto pessoal. Isso é incompatível com o ato de analisar friamente uma imagem, de dizer se ela é esteticamente correta ou não. Se ela é uma grande imagem ou não. Se ela é uma obra de arte ou não ...
Se gostei, procuro ver os pontos positivos da imagem que justifiquem-me este agrado visual. Se não gostei, irei procurar por que não gostei, o que faz a imagem ter de negativo para que ela não me agrade ...
Esta primeira imagem, o Robalo, agradou-me muito, porém há alguns elementos que poderiam ser observados para a melhora da imagem. Primeiramente temos aquele alicate contendor que aparece na lateral esquerda da imagem, que acaba impossibilitando a identificação parcial da espécie, haja visto que está recobrindo a mandíbula do peixe.
Como o Rabalo possuí a boca desprovida de dentes, ele poderia ser deixado de lado, e o peixe segurado sem auxilio dele. Este tipo de alicate ao ser utilizado por peixes de boca frágil como o Robalo, ao primeiro movimento na tentativa de se livrar, arrebenta a boca do peixe.
A presença deste artefato estranho ao peixe tornou a fotografia pesada, apesar de aparecer só um detalhe, é um elemento estranho que interfere negativamente na imagem.
Minha outra resalve diz respeito ao excesso de manipulação digital da imagem. Muitas vezes as fotografias carecem de certos ajustes para serem, para parecerem mais bonitas e mais naturais. Sempre digo que para isso, a fotografia deve ser bem tirada, na hora que é feita. E só.
Não adianta uma fotografia ter sido mal feita e depois ser manipulada de tudo que é maneira e usando-se todas as ferramentas dos programas de edição de imagem para parecerem bem realizadas. Ela acabará se tornando uma imagem gráfica muito bonita, chamativa, de bom gosto, porém nunca será uma boa fotografia, que é o que o autor muitas vezes está buscando.
Nesta imagem, pode-se ver que ela foi manipulada e deixa traços desta manipulação. O negro do fundo, a textura da pele do braço e a textura da derme do peixe, bem como os contornos do corpo do peixe, fazem ver que a manipulação foi excessiva. O resultado final deixou a imagem muito bonita e agradável, e talvez por este motivo eu gostei dela. Mas as marcas são visíveis demais.
A composição está boa, e o recurso de utilizar a fotografia mais retangular que o formato original valorizou esta composição. É uma bela imagem, não resta dúvida. Parabéns, mas na próxima vez, utilize menos a edição da imagem, procure acertar de cara.
Esta segunda imagem,a Traíra, apesar de ter sido manipulada, apresenta muito menos traços desta manipulação e está muito agradável de ser olhada. Infelizmente você não utilizou o recurso do corte da imagem, também conhecido pelos artistas da velha guarda de "ampliação seletiva da imagem" que nada mais é que a utilização da ferramenta retângulo ou quadrado dos programas de edição de imagem para selecionar o que interessa realmente e o que é dispensável numa imagem.
A melhor escola para aprender composição é a visitação à Salões de Arte, onde a pintura seja a arte principal. Museus com pinturas famosas e consagradas então poderão ser consagrados como a pós graduação em composição ... As nossas fotografia serão as nossas teses, onde iremos mostrar que o tempo despreendido nestes locais não foram em vão. As visitas às exposiçõs fotográficas de artistas reconhecidos e onde fotógrafos não tão famosos assim, mas que tenham tido um bom trabalho de curadoria, serão nosso doutorado na famigerada composição ...
Por que de tudo isso ?
O que isso tem a ver com a trivial fotografia da cara do peixe ?
Ora, é simples.
A composição é tudo. A composição é o arranjo dos elementos que compõe a imagem, dentro da área onde eles serão mostrados. Tudo aquilo que faz parte da imagem, faz parte da composição.
E o arranjo mal feito destes elementos é que irão enaltecer ou matar o elemento principal da fotografia. Uma imagem que apresente excesso de elementos, elementos desnecessários à imagem, será um imagem ruim ...
Aprenda a eliminar estes elementos desnecessários ao elemento principal da imagem, no caso a Traíra, que são os excessos dos braço do pescador, da perna do pescador, das pedras do fundo, do bolso da calça do pescador e com certeza você terá uma imagem muito mais rica e impactante ...
E como eliminar isso tudo ?
Primeiramente, na hora da foto, aproximando mais a objetiva do elemento principal, compondo a imagem somente com o que interessa. Depois, utilizando uma grande abertura e uma velocidade muito rápida, você eliminará problemas de fundos confusos, e por último o uso do recurso recorte/retângulo, onde você poderá terminar a composição da imagem.
Permita que suas imagens sofram somente a interferência de contraste e brilho de imagem. Ficarão mais naturais. Evite sempre que possível, alterações do tipo focalização, filtragem e outros recursos mais sofisticados dos programas de manipulação de imagem.
Eles estão lá para serem utilizados, mas só em último caso. O bom fotógrafo se faz na caixa preta, que é a câmera, nunca no desktop de seu computador. Tenha isso em mente, e você se tornará um bom fotográfo, não um manipulador de imagem.
Desde meus 12 anos de idade eu carrego um câmera fotográfica ao meu lado ... Já se passaram 37 anos desde então. Minha escola foram as ruas, campos e os laboratórios escuros e abafados.
Depois de muito apanhar vieram os work shops, centenas de exposições visitadas, milhares de livros, revistas, bulas de filme, catalogos de propaganda e o melhor de tudo, fotografando sempre ...
E fotografando muito com filmes diapositivos, os slides ...
Por que ?
Porque fazendo slides, você não tem volta, ou acerta de primeira, ou você perde a foto. Nos tempos de aprendizado não havia como corrigir a fotografia sub ou super exposta.
Errou ? .
Danou-se. Perdeu a foto ...
Hoje não ...
Tá escura ? Clareia ...
Tá clara ? Escurece ...
A composição tinha de ser feita certa ...
Nos slides não tinha como consertar depois ...
Nos negativos, havia a ampliação seletiva, ou o corte do negativo, que era a ampliação de parte da imagem, a gosto do fotógrafo ...
Hoje não ...
Errou ? ... Sem problema ... Ratângulo nele ...
Mas isso tudo são somente elucubrações ...rs... Vamos à foto ...rs...
É uma foto bonitinha ... E só ... Poderá ser muito melhor, se na próxima vez, você conseguir lembrar-se um pouco do que escrevi aqui ... É a minha contribuição, não sou dono da verdade, ainda tenho que aprender muito em fotografia, mas o pouco que aprendi nesta vida dedicada a arte de escrever com a luz, quero dividir com quem tem o desejo sincero de melhorar suas imagens.
Me perdoem os Amigos que às vezes tem suas fotos criticadas e que querem me cobrir de porrada pelo que escrevi ...
Boas fotografias ...