No final da pescaria do segundo dia o tempo fechou, a pressão começou a cair e o ceu ficou preto. Logo inicia um vento muito forte, tornando a superfície da água completamente crespa, jogando folhas na água e empurrando o barco forte. Como já estavamos a 30 min de encerrar a pescaria, voltamos para o carro. Ao chegar encontramos o barco do Dimas, Fabiano e Zuanon. Que nos conta de uma árvore que vaiu com o vento e quase acertou o Dimas. Era muito vendo, mas ainda pouca chuva. Mas ela não demorou, caiu com toda a vontade do mundo enquando corriamos pra colocar tudo na carretinha.
17 horas e já estavamos voltando. Íamos voltar mais cedo para poder preparar a tralha, pois na madrugada iriamos seguir para a Ilha do Bananal. Mas esta chuva preocupava e poderia comprometer a expedição.
Dito e feito... haviamos alugado um caminhão, que nos acompanharia e levaria toda a tralha, inclusive a gente. Foi passando as horas e nenhuma notícia do caminhão. Fomos jantar e nada... esperamos... esperamos... Nada... nenhuma notícia. Provavelmente esta chuva o encontrou em algum ponto e ele ficou atolado, ou algo parecido. E já estavamos desanimando, e viamos nossa quarta-feira morrer em um dia de chuva e sem pescaria.
Mesmo sem notícia do motorista, marcamos de sair as 3 da madrugada. Pois ele poderia chegar a qualquer momento. E o relógio desperta as 3, eu acordo e fico meio que dormindo e meio esperando. Não escuto movimento nem o som de um motor a diesel. Já vou ficando preocupado. As horas passaram e nada do caminhão. Mas como sempre, o Alex correu a cidade até encontrar um outro motorista corajoso o suficiente pra enfrentar as chuvas e a ilha - e encontrou o Lucas. Com uma D10 e muita vontade. Enquanto esperavamos no sagão do hotel eu resolvi atar umas moscas. E enquanto terminava um bass bug o caminhao estaciona com tudo pronto, barco amarrado emcima e muita disposição.
O caminhão segui na frente e nós fomos colocar as tralhas na Elba e almoçar. Iriamos encontra-los em um ponto pré-determinado.
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/tralhas_1.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/tralhas_2.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/tralhas_3.jpg)
Depois de um rodízio seguimos viagem. Encontramos com o caminhão na Fundação Bradesco e inicia a aventura.
Depois de rodar por alguns kilometros de estrada de chão e muitas poças d'água chegamos nas margens do rio Javaés. Era o primeiro desafio.
Atravessar o rio de carro. Uma D10 e uma Elba puxando uma carreta com um barco atraz. Um índio vai na frente e nos guia pelos caminhos das pedras. Primeiro passa a D10, depois vem o Alex com a Elba - e passa sem problemas, vencemos o primeiro desafio... de muiiiiiitttttooooossss outros.
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/turma.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/javaes_1.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/javaes_2.jpg)
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![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/passagem_3.jpg)
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![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/elba_javaes.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/elba_javaes_2.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/d10.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/carros_javaes.jpg)
Paramos na aldeia indigena, onde iriamos contratar um guia índio e pagar a taxa de entrada na aldeia.
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/entrada_aldeia.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/oca.jpg)
Tudo pago, guia contratado e seguimos em frente.
Logo de cara entramos em uma estrada estreita, no meio de palmeiras de babaçu. Terreno agilo-arenoso (se é que existe isso). E algumas poças que pareciam rios, e vamos passando... ate que em uma delas o carro para. Nada liga... vira a chave e nada... nem sinal.
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/primeira_parada.jpg)
Descemos todos pra tentar resolver o problema. Tenta aqui, testa ali... e nada... até que resolvemos olhar o distribuidor. Estava molhado com o vapor da água que batia no motor quente. Foi secar e pronto, pegou.
Já estavamos na estrada... alias, estrada que logo acabou e virou uma trilha de gado. E ai veio as seguidas atoladas. Em um percurso de 31 km que deveriam levar no máximo 1 hora e meia, fizemos em 5 horas.
Como o terreno era de argila, aquilo grudava no pneu e o carro atolava, o jeito era sair da trilha e seguir pela grama rasteira que se formava.
Estava tudo indo bem, até que o caminhão atola. Se o caminhão parou, imagina a elbinha? Desce todo mundo e vamos colocar corrente nos pneus do caminhão. Correntes colocadas e um empurrãozinho e o caminhão saiu. Fomos empurrar a elba, que puxando a carretinha ficava pesada demais pra sair sozinha. E foi assim... durante kilometros e kilometros.
Até que a estrada termina em um curral. Mas, como nada podia ser fácil, o curral estava com 20 cm de esterco de boi espalhado e encharcado pela chuva. A gente para... olha... pensa... tenta caminho alternativo e a triste conclusão - NÃO TEM - é por alí mesmo.
O caminhão se atira e passa... a Elba (comigo e com o Alex) se atira... acelera e para no meio "daquilo". Estavamos alí, atolado no meio da m****. Literalmente na m****.. hahaha
Eu olho pela janela e vejo aquilo tudo... uma água escura, misturada com a fermentação e com uma espuma estranha... não tinha como, se quiser pescar tem que pisar ai e empurrar o carro.
Logo o pessoal que passou com o caminhão volta e se enfia no esterco. Desengatamos o barco e empurramos o carro, que passa, depois voltamos pra desatolar a carreta. Passamos por mais uma... e não era a última. Quando olhamos a kilometragem notamos que não tinhamos chegado nem na metade. faltavam uns 18 km ainda. Mas já que estavamos na m****... o que mais podia ser pior. Seguimos entre uma mata de palmeiras, desviando de troncos queimados e palmeiras caidas. Passamos por planícies cheias de gado... sempre seguindo pela grama e cortando por fora do caminho. Até que chegamos em um córrego seco, mas ainda com barro. O caminhão passa e a Elba para novamente, empurramos e ela sai, mas o caminhão quebra o cabo de embreagem. Mais um tempinho e da-se um jeito, e estamos rodando novamente. Mais a frente outro córrego, que passamos sem problemas e avistamos o local do acampamento. Chegamos... UFA - todo mundo cheio de barro ate a cabeça... Já era 18 horas e eu, pra compensar tudo que tinha passado, falei: "Tenho que fisgar pelo menos um tucunaré."
Algumas fotos da aventura:
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/estrada_1.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/estrada_2.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/paisagem_2.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/paisagem_sacudindo.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/paisagem.jpg)
![Imagem](http://www.caterva.com.br/fotos/formoso_out/caminho_ilha/sacudindo.jpg)
Ali em cima, deitado em cima do barco está o Zuanon e o Antônio (guia índio). Fugindo dos espinhos gigantes.
Logo montei minha varinha, o índio (Antônio), pegou o remo e fomos pescar nas proximidades. Logo de cara já tinha cumprido o que falei, engatei um tucuna que abriu as garateias, mas não escapou. E depois uma piranha das grandes e mais uma traira. Estava feito o dia... Agora era esperar amanhecer o dia seguinte e iniciar a pescaria de verdade.
E foi assim... depois de um churrasco e uma cervejada da galera - menos eu, que não bebo. Fomos dormir pra pescar no dia seguinte logo cedo.