O maior robalo da minha vida
Enviado: Seg Jan 19, 2015 8:53 pm
O maior robalo da minha vida
O pequeno robalinho sendo devolvido para a água, fazia parte de uma deliciosa rotina naquela manhã de sábado, 17-01-2015.
Era o quinto de uma seqüência que teimava em proporcionar agradáveis capturas nos plugs, porém de exemplares pequenos a médios. Nada excepcional.
Então, seguindo a risca, o maldito ditado, que diz que o maior inimigo do bom, é o melhor, resolvi trocar de plug, apesar de ter capturado os últimos quatro exemplares com o plug atual.
Abri a caixa de iscas, e com a ponta do dedo, fui minerando uma isca que me empolgasse.
Naquele momento, a caixa de iscas era a minha caixa de ferramentas, e eu precisava achar a ferramenta certa para resolver o problema, que no caso era atrair a atenção de robalos maiores.
A água estava excepcionalmente limpa, com uma tonalidade levemente amarelo-esverdeada, e quando fazia movimentos de ondulações, lembrava a gel de pasta para cabelo, transparente, porém com um certo volume encorpado.
A maré de quarto dia, de minguante, quase parada, contribuía para tal limpidez.
Neste contexto, pensei, a isca não precisa ser muito grande, sete centímetros bastavam.
O formato alongado, tipo pencil, ajudaria a trabalhar em sedutores movimentos de zig-zag na meia água.
A condição suspending era fundamental para manter o plug na zona de ataque.
Em situações de água muito limpa, o robalo se torna bastante arisco, visto que o seu mimetismo fica bastante comprometido. Nestas condições, os grandes robalos preferem se esgueirar lentamente rente as pedras do fundo, só disparando ataques fulminantes as presas, quando as chances de sucesso, são praticamente certas.
Uma cor chamativa, berrante, também se fazia indispensável.
E foi nesta pesquisa com a ponta do dedo, que encontrei a isca perfeita.
Era uma zip baits orbit 65, de fabricação japonesa, comprida, suspending, branca como leite, com uma pequena barbelinha, , que o Alex Nakamura havia trazido do Japão, uns sete anos atrás.
Curioso é que ela nunca havia despertado a minha atenção.
Talvez porque disputava o lugar com outras iscas digamos “pegadeiras”, que eram sempre escolhidas, em detrimento de outras da caixa.
Boa de arremesso, devido ao peso e formato, permitia arremessos de dez a doze metros, fácil, fácil.
No lugar onde eu estava, em Guaratuba, não muito longe da rampa pública, uma frondosa arvore se projeta a partir da margem, com os seus vigorosos galhos sustentando uma bela ramagem, o que resulta em uma sombra fenomenal de mais de dez metros de diametro, e não mais de um metro de altura entre os galhos e a água.
Ali o arremesso preciso é fundamental, pois a isca precisa percorrer esta distância de dez metros por um de altura, quase sem perder altura.
Se subir um pouco mais, o enrosco é certo, e se descer demais, também não atinge a janela de ataque.
Uma nesga de sol, conseguiu perscrutar por entre os galhos, e formou uma espécie de “poço de luz”, naquela sombra imensa, bem lá no fundo, mais para perto da margem.
Devido a isto, e a limpidez da água, dava para ver claramente as pedras do fundo, neste local iluminado.
O arremesso precisava ultrapassar este local, de maneira que no seu retorno, cruzasse aquela verdadeira vitrine de luz, na sua melhor forma de sedução.
Me arquei, e fiquei balançando a isca na ponta da vara, como que calculando a força a ser empregada, para atingir o ponto certo.
Quando me senti seguro, liberei o arremesso, empregando a força exata para isca percorrer os dez metros e cair no ponto exato.
Como um filme em câmera lenta, a isca percorreu o trajeto perfeitamente, indo cair no ponto desejado.
Esperei um pouco, e comecei a trabalha-la.
Rapidamente afundou para a meia água, e passava zig-zagueando sedutoramente por entre as pedras.
Quando atingiu o “poço de luz”, deu para ver perfeitamente sua forma passando por entre as pedras.
Mal, saiu da “vitrine” e entrou nas sombras, senti um forte tranco.
Firmei a vara na mão, e dei um puxão na medida certa, para cravar as garatéias, mas sem rasgar a boca do peixe.
Hábito adquirido ao longo dos anos pescando este peixe.
Por instinto, o peixe procurou a segurança das aguas mais fundas, correndo justamente na direção do barco.
Forcei a tensão, e o peixe ainda meio atordoado pelo inusitado, subiu e deu uma rabeada na superfície, o que me permitiu ver o seu tamanho.
Confesso que fiquei chocado quando vi o seu tamanho.
Jamais nestes anos todos de plugueiro havia enroscado nada igual.
Era muita areia para o meu caminhãozinho.
Os pescadores de “borrachinha”, como chamamos os que preferem a pesca com camarões artificiais, estão acostumados com estes “monstros”, mas nós plugueiros quando pegamos um robalo de dois quilos, saímos contando para todo mundo que pegamos um troféu.
Este, por baixo, por baixo, passava dos cinco quilos.
Só pegou na minha isca por um erro da natureza, não tem outra explicação.
Mal rabeou na superfície, botou a linha nas costas, como a gente diz, e tomou o rumo do fundo.
A minha modesta varinha de 8 libras, até que foi valente.
Vergou como um bodoque até o seu limite, e só não quebrou porque o líder arrebentou, provavelmente puído na poderosa lixa da boca deste “monstro”.
Levou de lembrança a minha isquinha, que acredito dificilmente obterei outra.
E eu fiquei lá, sentado no barco, olhando para a ponta do líder rompido, tentando ordenar os pensamentos sobre o acontecido.
Agora, passadas 24 horas do acontecido, estou aqui, teclando esta história que não me saí da cabeça, pelo menos para registrar os detalhes, antes que se diluam na memória.
Mas de uma coisa estou certo.
A pesca esportiva do robalo, ainda é minha maior paixão !!!
O pequeno robalinho sendo devolvido para a água, fazia parte de uma deliciosa rotina naquela manhã de sábado, 17-01-2015.
Era o quinto de uma seqüência que teimava em proporcionar agradáveis capturas nos plugs, porém de exemplares pequenos a médios. Nada excepcional.
Então, seguindo a risca, o maldito ditado, que diz que o maior inimigo do bom, é o melhor, resolvi trocar de plug, apesar de ter capturado os últimos quatro exemplares com o plug atual.
Abri a caixa de iscas, e com a ponta do dedo, fui minerando uma isca que me empolgasse.
Naquele momento, a caixa de iscas era a minha caixa de ferramentas, e eu precisava achar a ferramenta certa para resolver o problema, que no caso era atrair a atenção de robalos maiores.
A água estava excepcionalmente limpa, com uma tonalidade levemente amarelo-esverdeada, e quando fazia movimentos de ondulações, lembrava a gel de pasta para cabelo, transparente, porém com um certo volume encorpado.
A maré de quarto dia, de minguante, quase parada, contribuía para tal limpidez.
Neste contexto, pensei, a isca não precisa ser muito grande, sete centímetros bastavam.
O formato alongado, tipo pencil, ajudaria a trabalhar em sedutores movimentos de zig-zag na meia água.
A condição suspending era fundamental para manter o plug na zona de ataque.
Em situações de água muito limpa, o robalo se torna bastante arisco, visto que o seu mimetismo fica bastante comprometido. Nestas condições, os grandes robalos preferem se esgueirar lentamente rente as pedras do fundo, só disparando ataques fulminantes as presas, quando as chances de sucesso, são praticamente certas.
Uma cor chamativa, berrante, também se fazia indispensável.
E foi nesta pesquisa com a ponta do dedo, que encontrei a isca perfeita.
Era uma zip baits orbit 65, de fabricação japonesa, comprida, suspending, branca como leite, com uma pequena barbelinha, , que o Alex Nakamura havia trazido do Japão, uns sete anos atrás.
Curioso é que ela nunca havia despertado a minha atenção.
Talvez porque disputava o lugar com outras iscas digamos “pegadeiras”, que eram sempre escolhidas, em detrimento de outras da caixa.
Boa de arremesso, devido ao peso e formato, permitia arremessos de dez a doze metros, fácil, fácil.
No lugar onde eu estava, em Guaratuba, não muito longe da rampa pública, uma frondosa arvore se projeta a partir da margem, com os seus vigorosos galhos sustentando uma bela ramagem, o que resulta em uma sombra fenomenal de mais de dez metros de diametro, e não mais de um metro de altura entre os galhos e a água.
Ali o arremesso preciso é fundamental, pois a isca precisa percorrer esta distância de dez metros por um de altura, quase sem perder altura.
Se subir um pouco mais, o enrosco é certo, e se descer demais, também não atinge a janela de ataque.
Uma nesga de sol, conseguiu perscrutar por entre os galhos, e formou uma espécie de “poço de luz”, naquela sombra imensa, bem lá no fundo, mais para perto da margem.
Devido a isto, e a limpidez da água, dava para ver claramente as pedras do fundo, neste local iluminado.
O arremesso precisava ultrapassar este local, de maneira que no seu retorno, cruzasse aquela verdadeira vitrine de luz, na sua melhor forma de sedução.
Me arquei, e fiquei balançando a isca na ponta da vara, como que calculando a força a ser empregada, para atingir o ponto certo.
Quando me senti seguro, liberei o arremesso, empregando a força exata para isca percorrer os dez metros e cair no ponto exato.
Como um filme em câmera lenta, a isca percorreu o trajeto perfeitamente, indo cair no ponto desejado.
Esperei um pouco, e comecei a trabalha-la.
Rapidamente afundou para a meia água, e passava zig-zagueando sedutoramente por entre as pedras.
Quando atingiu o “poço de luz”, deu para ver perfeitamente sua forma passando por entre as pedras.
Mal, saiu da “vitrine” e entrou nas sombras, senti um forte tranco.
Firmei a vara na mão, e dei um puxão na medida certa, para cravar as garatéias, mas sem rasgar a boca do peixe.
Hábito adquirido ao longo dos anos pescando este peixe.
Por instinto, o peixe procurou a segurança das aguas mais fundas, correndo justamente na direção do barco.
Forcei a tensão, e o peixe ainda meio atordoado pelo inusitado, subiu e deu uma rabeada na superfície, o que me permitiu ver o seu tamanho.
Confesso que fiquei chocado quando vi o seu tamanho.
Jamais nestes anos todos de plugueiro havia enroscado nada igual.
Era muita areia para o meu caminhãozinho.
Os pescadores de “borrachinha”, como chamamos os que preferem a pesca com camarões artificiais, estão acostumados com estes “monstros”, mas nós plugueiros quando pegamos um robalo de dois quilos, saímos contando para todo mundo que pegamos um troféu.
Este, por baixo, por baixo, passava dos cinco quilos.
Só pegou na minha isca por um erro da natureza, não tem outra explicação.
Mal rabeou na superfície, botou a linha nas costas, como a gente diz, e tomou o rumo do fundo.
A minha modesta varinha de 8 libras, até que foi valente.
Vergou como um bodoque até o seu limite, e só não quebrou porque o líder arrebentou, provavelmente puído na poderosa lixa da boca deste “monstro”.
Levou de lembrança a minha isquinha, que acredito dificilmente obterei outra.
E eu fiquei lá, sentado no barco, olhando para a ponta do líder rompido, tentando ordenar os pensamentos sobre o acontecido.
Agora, passadas 24 horas do acontecido, estou aqui, teclando esta história que não me saí da cabeça, pelo menos para registrar os detalhes, antes que se diluam na memória.
Mas de uma coisa estou certo.
A pesca esportiva do robalo, ainda é minha maior paixão !!!