Pescaria na Amazônia é sempre aquela expectativa filha da P***... E esta não foi diferente.
Quando o Nelson me disse que estavam organizando um grupo na Caterva eu logo disse, me coloca nele... A primeira e única grande pescaria que eu havia feito junto com o Nelson foi em 2004, meses antes do Caterva existir.
Esta seria a chance de poder passar uma semana com um grande amigo, trocar ideias, aprender e até ensinar. Tudo isso junto de um grupo especial de amigos da Caterva e com a organização do Fabiano da Lapa, que pescou comigo por uma semana em Formoso do Araguaia em 2006.
No grupo tinha o Paulo Storino, conterrâneo e parceiro de outras grandes pescarias Amazônicas.
Os meses até passaram rápido, mas as duas últimas semanas pareciam demorar mais de dois meses.
Eu ainda não havia pescado na região do Rio Sucunduri, então comecei a conversar com os amigos que já haviam estado por lá na intenção de entender qual era o melhor equipamento para esta pescaria.
Quando a gente pensa em pescar na Amazônia a primeira imagem que vem são dos grandes tucunas, característicos das pescarias partindo de Barcelos. Mas a região do Rio Sucunduri é diferente, marcada pela grande quantidade de peixes fisgados, porém com um porte médio menor. Peixes acima de 5 kg é um belo exemplar e um exemplar acima dos 7kg é um gigante. Um lugar típico para quem prefere pescar muito peixe o dia todo e ainda fisgar uma boa quantidade de peixes acima dos 4kg. Ou seja, ação o dia inteiro.
Esta seria a minha sétima pescaria na Amazônia, mas a primeira fora do Rio Negro. Todo o equipamento é diferente, se assemelhando muito com o que usamos nas pescarias no Araguaia, Tocantins ou Serra da Mesa.
VARAS:
- • Duas varas de 20 lbs - uma 5'8" e outra 5'6" ação média/rápida
• Uma vara 25 lbs - 6" ação rápida
• Duas varas 17 lbs - 5'3" e outra 5'4" ação média/rápida
• Duas varas reservas, uma 17 e outra 20 lbs
• Duas varas de fly - uma #7 (reserva) e uma #8 com linhas Bass bug e Sinking
- • Muitas zaras Super Spock Heddon - brancas com cabeça vermelha, prateadas, transparentes e firetiger.
• Algumas Trairão - brancas e verde limão.
• MUITAS Jumpping Minnow (T20) - principalmente a de cor osso, imbatível.
• Algumas helices (Jennerlure) - entre 110mm e 140mm.
• Vários Jigs - vermelho e branco, vermelho e amarelo
• Algumas poucas iscas de meia água
• Vários streamers de fly - com os melhores feitos de bucktail nas mesmas cores dos jigs acima.
Sábado
Chegamos cedo no aeroporto e tinham dois vôos nos esperando. Bagagem pesada e pronta para voar. em pouco mais de 30min estávamos pousando em Nova Olinda. Ao pousar já encontramos com o pessoal da turma que estava terminando a pescaria e as notícias era as melhores. Rio estava baixando rapidamente e as ações na superfície estavam se tornando mais comuns. Imagina a tremedeira de quem estava chegando e ainda teríamos 22 horas de navegação vendo o rio e sem poder pescar.
Durante a navegação muita conversa, cada um ajusta seu equipamento, sorteios de brindes e muita, muita ansiedade.
Iniciando os trabalhos
O cenário.
Cinco horas da manhã todo mundo estava de pé, café pronto e iniciava o primeiro dia de pescaria. Muito calor, mas o tempo estava nublado.
Apesar do calor a pescaria se mostrou MUITO produtiva, iniciei no fly e logo nos primeiros arremessos já engatei um pequeno. Mas foi o suficiente para matar a ansiedade. Mudei para a zara (zigzara) e veio o primeiro peixe de porte - 3,5 kg. E seguimos arremessando e fisgando belos peixes.
Um comportamento estava bem claro, peixes atacando na superfície, iscas barulhentas e trabalhadas muito rápidas. Mas com arremessos certeiros - era quase como pescar robalo, com arremesso MUITO perto da estrutura. Com destaque para a isca T20 da Rebel (Jumpping Minnow) na cor osso.
Nos dias seguintes a pescaria foi melhorando e todas as noites tínhamos relatos de gigantes estourando linhas e fisgados pelos amigos. Com uma média muito alta de captura por pescador. A promessa estava se comprovando realidade, muitos peixes durante todo o dia e vários gigantes.
Um destaque especial - meu recorde no fly
Sabe aquele jogo, que a bola bate na trave e não entra... quando entra o juiz anula... tem tudo pra terminar em zero a zero... e no último minuto rola aquela falta na frente da área? E você vai lá e dá o último chute, o último lance do dia... e GOOOOOOOLLLLLL
Foi assim com este peixe, por 5 dias eu tentei, duas linhas estouradas, um leader de 25 lbs e outro de 30 lbs e no último dia, no último minuto de pescaria, quando minha isca saia da parte rasa de uma praia e entrava na água escura de um drop em um lago no Rio Sucunduri e um tucunaré gigante resolve surgir na água e segurar minha isca. Pegada suave e sem muito alarde... quando sentiu a isca na boca correu e tomou MUITA linha... E correu pro único lugar que não deveria, pro meio do lago. E foi assim que bati o meu recorde de peixe no fly.
Foi pescando com o guia Macacheira na operação do Victor Vilanova no Rio Sucunduri. Semana incrível, com amigos incríveis da Caterva Oficial e a parceria do grande amigo Nelson Maciel.
Vamos a algumas fotos
Pegando um ventinho...
Voltando no final do dia ...
Nosso lar por 6 dias ...
O barco de apoio
A estrutura montada pra nossos almoços... muita mordomia...
FOI A MINHA MELHOR PESCARIA DE TUCUNARÉ...
Abraço especial para toda a equipe do Vilanova Amazon - em especial para nosso guia Macacheira, que nasceu e cresceu neste rio, ao Victor que mantém tudo isso funcionando, ao Juliano que coordena tudo no barco, a Marcela que nos assessorou tão bem e ao Fabiano da Pesca Sul que coordenou o grupo desde o início. Muito Obrigado a todos os parceiros que estiveram com a gente nesta pescaria e ANO QUE VEM TEM MAIS... E eu estarei lá!!!
E nesta viagem surgiu a ideia de reviver um projeto de 2009, de criar uma divisão de viagens de pesca na Caterva. E agora vai se tornar realidade. E pra entender melhor a necessidade dos amigos criamos uma pesquisa especial. Por favor, participe... Responda.
https://caterva.typeform.com/to/UBLhzC
Para ver mais fotos da viagem visite o álbum no Facebook
Um abraço Adauto!!!